terça-feira, 26 de outubro de 2010
Coisinha de amor
Sabedoria
pras coisas amenas
me
ame
ou beije-me
apenas.
Alegoria
pras alegrias pequenas
me
cante
ou encante
meus olhos
nessa noite serena.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Diário do cansaço
Estou aprendendo muito aqui.
Digo, profissionalmente.
Aí aprendia sobre a vida e o amor.
Coisas muito mais importantes.
Agora aprendo a lidar com a saudade constante
da minha mãe, meu filho e meu irmão.
Saudade que não pára. Não obedece.
Saudade das coisas que aí ainda estão.
Começo lentamente a me adaptar a acordar cedo
e dormir sem televisão.
Ah, aquele barulhinho ligado a noite inteira
que fazendo mal, me fazia bem.
Está tudo tranquilo por aqui.
Por enquanto.
Espero.
Uberlândia 25/10/10
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Carta à Clarice
Recife
meu navio
deu de encalhar
nas tuas pedras
macias
me perco
nas suas palavras
cofre
onde navego
manso.
E
Clarice
você não parece
estar
nem aí
justo quando eu
estou aqui
pronto pra te ler
devagarinho.
Sabe,
esse dias
eu conheci uma menina
que também
gosta
muito de ti, Clarice.
Ela dá o sobrenome
Lispector
à
todas as coisas
boas
que acontecem em sua
vida.
Clarisce,
você
a
conhece?
O nome dela é Marli
e adora
fantasiar
olhando no horizonte
esperando
o barco de alguém chegar.
Clarice,
Marli mora
no Planalto Central
e lá,
como você já
sabe
não há mar
e talvez por isso
aquela moça
demora tanto
ver seu navio chegar.
Ela
assim como eu
que
já tive tantos
sonhos
está prestes a se chamar
de louca.
Que bom né,
Clarice
que ainda há esperança
na secura de
Brasília!
Moça,
continue aí
com seu livro
a mulher
com seu amante,
pode deixar
que
eu
balanço a sua rede.
Marli
nesse vem-e-vai
da rede
da onda
dos prédios
no cerrado
pode ficar tonta
e
eu não quero
desmaiada
alguém que eu tô
no jeito
de amar.
Adeus, por hora, Clarice
Hoje eu exijo respostas
Vingança do homem tímido
É que em momentos como este
eu não consigo me aquietar nos meus limites
sou um homem meio sem jeito
e você percebe
que talvez eu não possa conquistá-la.
Daí você sai à francesa
como se eu nunca
tivesse passado em sua vida.
Em momentos como este me falta o ar
e eu me sufoco outra vez.
de repente eu corto o cabelo
mudo de carro
troco a marca do cigarro
e me aparece novo amor.
você toda inciúmada me manda uma carta
diz que se me ver com ela
pula do décimo andar.
É que em momentos como este
eu nõ consigo me conter em meus limites.
Pequena viagem
Tão distante é onde permaneço
vivo e caminhante como desejava
sólido como o vento
que me tocava
intenso como eu jamais fui.
Tão distante é onde espero
calmo como o amante verdadeiro
frio como o tempo
passageiro
na sacada de onde jamais sai.
Planaltina do mesmo Goiás
tão distante como meu apartamento
distante no mesmo
momento
estou tão longe daqui.
Sentido e as sensações
Pra se preencher os espaços em branco
um jeito bacana
é não surpreender o óbvio.
Evito cantar minhas cantigas pelos cantos
ou aquelas garotas que passam
nesses instantes
me preservo ao direito de ser eu mesmo.
O que me incomoda na falta
é o diálogo
as conversas sobre qualquer coisa
que tanto me agradam
o silêncio tétrico de quem insiste
em te fazer obejto decorativo.
Mas no mais agradeço
ao tempo que me sobra aos montes
pra lembrar daquilo que adoro
e que me faz feliz
à tantos quilômetros daqui.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Da distância e falta
Uberândia de sôs e uais
de
cercas elétricas
mulheres esbeltas
e
muita
muita coisa pra se contar.
Uberlândia de bares infinitos
em
lugares inóspitos
ruas sózinhas
de
gente
gente pra me ouvir falar.
Lugar de se fabricar a saudade
das pessoas da cidades de onde sai
perto de muita coisa
e bem longe das pessoas
que eu queria que estivessem aqui.
Orvalho
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Além de qualquer coisa
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