terça-feira, 30 de novembro de 2010

A página de um livro, como sempre aconteceu nos meus,
vira.
Muito de nós se perde
em cada lugar que estivemos
e não seria diferente
com a gente.
Mas você Anna, que saudade imensa!
Volta e meia
É como se um vento chato
viesse a atrapalhar minha leitura
e voltasse
àquele capítulo de amizade e boas lembraças.
Ah, Anna!
Como te ler é bom!
Acho que amar, no fim das contas
é isso mesmo,
lembrar assim do nada
e esperar e desejar e querer
felicidade incondicional
à pessoa amada.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje
me acalmo
são dez e meia

e espero qualquer coisa boa.
Ainda me lembro
daquele
amor
que a gente fez
o último
beijo
a última
vez

você passeando seu corpo no meu.

Você ainda tráz
em seu
rosto
o mesmo brilho
o mesmo blush
e
o cheiro da noite
resume
que a saudade tem
o seu
perfume.

Talvez
você deva estar numa boa
já nos braços
de outra pessoa
e eu aqui
tô jogado na rua.
Mesmo assim
como nas vezes que eu te liguei
te espero louco
morto
de saudade de sua.
Entenda
roupas molhadas
secarão.
Estenda
são águas passadas
é verão.

Nenhuma lágrima sobreviverá.
As coisas mudam
o tempo vai ditando novas regras
e o cotidiano
branco
se colorirá.

São redescobertas
vinte e poucos anos novamente
coisa que se deixada no varal
modifica.
Imagino uma lavoura e sonho
seria
bem mais fácil esperar o broto crescer.
Nessa cidade
é tão difícil atravessar a rua
e te ligar!

Refazenda.

Perito em me afogar, me lanço
um dia
queria muito me encontrar com você.
Na ansiedade
de um edifício chegar à lua,
até lá!

Me entenda.
Melhor é deixar tudo como está
esperar
que o vento pare
como um sinal
de mudança tardia.
Estou muito cançado
de percorrer
os mesmos caminhos.

Vou pra Floripa
olhar o mar se abrir
e depois voltar
ver o tempo
mudar.
E enquanto se movem
os girassóis
o dia se estende
com a vontade
de ser
luar.
Foi você que treinou meus sentidos
e hoje
como eu faço pra não te percorrer?
Foi você que meio sem jeito
me ensinou o desejo
de te
querer.
Me diz,
como é eu faço hoje pra não te ter?
Foi você num sábado à noite
tímida
pegou minhas mãos
colocou-as em teu seio
e disse
que éra minha por inteiro.

Então
como é que eu me acostumo
a ser
só meio?
Você parece tão distante quando falo.

Esse bar
cada dia enche mais,
essas pessoas que nunca sabem
onde querem
chegar.
Essa cerveja
que deixam bêbadas
as minhas ingênuas certezas
faz você ficar
pra lá
de Bagdá.

Você nem se interessa pelos meus assuntos.

A gente sai
como dois apaixonados
mas eu acho que já não é bem assim
ombro a ombro
lado a
lado.
Alguém diria
que já não somos mais os mesmos
não desse jeito
acabou
o encanto.

E o pior é que nem sei onde nos perdemos.
Quando você voltar, como um barco que volta ao cais,
trás, sorriso trazendo luz
e na boca, sabor de paz.

Mas me disseram que volta nunca mais.

Um grito na escuridão,
um beijo na contramão
e você resolveria todos os meus problemas
mas não.

Adeus

meu grande amor.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como se fosse hoje




Hoje
como se me faltassem lágrimas
eu chorei pra dentro.
Faz tempo que não te vejo
e nem me lembro
de quando estávamos juntos.
Mas eu a amei.
Amei de uma forma
eterna e bem resolvida
daqueles namoros que começam
e acabam
num choro sofrido
na frente de um portão.
Hoje
sem querer eu senti saudade
de uma garota sorridente
que ficou
entre as coisas que ficam
docemente pra trás.
Tive a impressão honesta
de que estou sentindo sua falta
pra me irritar em dias como este
em que nada acontece
e chove.
Vontade de ir aí na sua casa
assistir televisão
e voltar.
Passar meus dias pensando
como se a maior tristeza da vida
fosse te esperar
e nunca mais te ver.
Hoje
senti falta de quem nós éramos.